15.9.10

O Mito da Caverna

Esta história tem como intuito ilustrar como a maioria das pessoas vive com um véu sobre os olhos , o que permite apenas uma noção distorcida e indefinida sobre as coisas como a Verdade e a Beleza. Imagine um grupo de indivíduos acorrentados em uma caverna escura, iluminada apenas por uma grande fogueira atrás deles. Esses homens da caverna podem somente enxergar sombras de si mesmos e outras imagens tremeluzindo nas paredes em frente aos seus olhos. Essa é a realidade deles.

A maioria deles é desprovida de imaginação ; outros indiferentes e simplesmente aceitam esta realidade sem especulação. As mentes questionadoras observam os padrões mais claros e tentam entender seu mundo. Ainda assim, a verdade os ilude.

Um dos prisioneiros consegue se libertar das correntes e escapa da caverna. Emergindo para a luz do dia, esse fugitivo é cegado pela luz, podendo ver somente uma representação imperfeita da realidade. Com o tempo, esse indivíduo irá acostumar seus sentidos com o novo ambiente e verá as coisas mais claramente: a paisagem, o céu e a iluminação do sol.

Eventualmente, essa alma recém-iluminada retorna para a caverna e tenta espalhar a notícia do novo mundo que existe além dos confins claustrofóbicos da caverna. Qual será a resposta dos habitantes da caverna? Eles corajosamente irão até onde o indivíduo foi e realizarão a árdua, porém recompensadora viagem para fora da escuridão em direção á luz? De acordo com Platão, não . Eles estariam mais propensos a matar o profeta, porque ele é uma ameaça ao estado das coisas já estabelecido .

Essa é uma referência óbvia ao mentor de Platão, Sócrates, e um comentário sobre a predileção humana em escolher a existência envolta por uma névoa, o caminho mais fácil e mais suave, a mentalidade que evita a mudança a todo custo. E os filósofos que vão à frente do caminho normalmente são denunciados, ridicularizados e freqüentemente acabam mortos.

In: J. Manniom. O Livro Completo da Filosofia: entenda os conceitos básicos dos grandes pensadores – de Sócrates a Sartre. São Paulo: Madras, 2006.

Gentilmente cedido pelo amigo Brunnus (obrigado mais uma vez)