15.11.09

Trabalho, só quem o faz sabe o trabalho que dá!

Vinha ensaiando para escrever esse texto de uma forma que ele não se tornasse algo careta, mas sim uma forma de expressar uma vivência que tive.

Ouvi por acaso a conversa de uns colegas da faculdade, onde uma das pessoas, uma garota oferecia trufas de chocolate aos outros alunos – creio eu, como forma de ajudar no orçamento mensal – até que um dos alunos pergunta a ela qual o valor, que prontamente responde:

- A pequena custa R$ 2,00 e a grande R$ 3,00

- Nossa tudo isso, que caro!

No entanto, a garota meio sem jeito responde apenas com um gesto de cabeça em afirmativo, visivelmente deslocada com a declaração do rapaz. Dito isso o clima ficou estranho e cada um foi para o seu lado.

Acompanhei o rapaz que fez o comentário e em dado momento lhe abordei:

- Amigo quanto você cobra para fazer a arte de um flyer.

Com a diferença que eu sei a média de quanto é cobrado para tal, ao que ele me respondeu seguramente:

- Ah, não cobro menos de R$ 100,00 reais.

E eu, demonstrando espanto lhe retruquei:

- Nossa tudo isso, que caro!

E ele tratou de apressar em responder sem perceber que eu havia dado a mesma resposta que ele dera anteriormente à garota.

- Ah amigo, é isso o que eu cobro geralmente pra fazer e ainda inseriu uma série de justificativas para fazer valer o preço cobrado.

Foi então que eu o indaguei:

- Por que então o amigo disse que o doce que a amiga havia oferecido era muito caro e ficou indignado ao ser questionado sobre o valor de seu trabalho? Foi ai que ele percebeu o que eu queria dizer.

Que direito temos de questionar o valor do trabalho de alguém?

Eu digo seguramente: Nenhum direito!

Não sabemos o empenho pessoal e as dificuldades das pessoas para que algo tome forma, isso sem contar ainda os gastos materiais, energia elétrica, entre outros.


Eu vejo que a beleza da natureza está em termos o direito de escolher, ou seja, somos livres para aceitar ou não aquilo que nos é oferecido, sendo que para isso não há a necessidade de desmerecermos o trabalho de alguém. Se não lhe agrada o valor, busque alternativas que lhe agrade, ou mesmo se ainda quiser aquilo que a pessoa lhe oferece e ainda achar que o valor está fora, negocie um desconto, você pode estar diante de um futuro parceiro que futuramente pode vir a solicitar os seus serviços, é assim que funciona, como um ciclo que nunca acaba!

Foi interessante perceber como às vezes somos críticos ao julgar o trabalho de alguém e quando isso acontece conosco, acabamos indignados com o julgamento acerca de nosso trabalho, afinal, só quem o faz sabe “o trabalho que dá” e ainda ter que ouvir que aquilo que você faz não vale o que você está cobrando.

Valorize o seu trabalho e você estará se valorizando!

Ao som de Tobias Sammet - Avantasia pt. II: 04 - In Quest For