Vinha ensaiando para escrever esse texto de uma forma que ele não se tornasse algo careta, mas sim uma forma de expressar uma vivência que tive.
Ouvi por acaso a conversa de uns colegas da faculdade, onde uma das pessoas, uma garota oferecia trufas de chocolate aos outros alunos – creio eu, como forma de ajudar no orçamento mensal – até que um dos alunos pergunta a ela qual o valor, que prontamente responde:
- A pequena custa R$ 2,00 e a grande R$ 3,00
- Nossa tudo isso, que caro!
No entanto, a garota meio sem jeito responde apenas com um gesto de cabeça em afirmativo, visivelmente deslocada com a declaração do rapaz. Dito isso o clima ficou estranho e cada um foi para o seu lado.
Acompanhei o rapaz que fez o comentário e em dado momento lhe abordei:
- Amigo quanto você cobra para fazer a arte de um flyer.
Com a diferença que eu sei a média de quanto é cobrado para tal, ao que ele me respondeu seguramente:
- Ah, não cobro menos de R$ 100,00 reais.
E eu, demonstrando espanto lhe retruquei:
- Nossa tudo isso, que caro!
E ele tratou de apressar em responder sem perceber que eu havia dado a mesma resposta que ele dera anteriormente à garota.
- Ah amigo, é isso o que eu cobro geralmente pra fazer e ainda inseriu uma série de justificativas para fazer valer o preço cobrado.
Foi então que eu o indaguei:
- Por que então o amigo disse que o doce que a amiga havia oferecido era muito caro e ficou indignado ao ser questionado sobre o valor de seu trabalho? Foi ai que ele percebeu o que eu queria dizer.
Que direito temos de questionar o valor do trabalho de alguém?
Eu digo seguramente: Nenhum direito!
Não sabemos o empenho pessoal e as dificuldades das pessoas para que algo tome forma, isso sem contar ainda os gastos materiais, energia elétrica, entre outros.
Eu vejo que a beleza da natureza está em termos o direito de escolher, ou seja, somos livres para aceitar ou não aquilo que nos é oferecido, sendo que para isso não há a necessidade de desmerecermos o trabalho de alguém. Se não lhe agrada o valor, busque alternativas que lhe agrade, ou mesmo se ainda quiser aquilo que a pessoa lhe oferece e ainda achar que o valor está fora, negocie um desconto, você pode estar diante de um futuro parceiro que futuramente pode vir a solicitar os seus serviços, é assim que funciona, como um ciclo que nunca acaba!
Foi interessante perceber como às vezes somos críticos ao julgar o trabalho de alguém e quando isso acontece conosco, acabamos indignados com o julgamento acerca de nosso trabalho, afinal, só quem o faz sabe “o trabalho que dá” e ainda ter que ouvir que aquilo que você faz não vale o que você está cobrando.
Valorize o seu trabalho e você estará se valorizando!
Ao som de Tobias Sammet - Avantasia pt. II: 04 - In Quest For