Pergunta: Por que Deus castiga às vezes tão severamente?
Resposta: Deus de forma alguma castiga. Ele também não ameaça, nem engoda. Tudo são falsas concepções humanas. Os Dez Mandamentos dados por intermédio de Moisés, são também exclusivamente guias, indicando como o ser humano pode chegar a obter uma vida feliz. Apenas o ser humano, em sua ordem social, impõe punições. Mas impõe-nas, como tudo por ele inventado, de modo errado e imperfeito e mais imperfeito ainda quando as executa. A palavra castigo, em resumo, fui inventada pelo ser humano em sua restrita concepção.
Tomemos um exemplo de espécie terrena, a fim de que se seja mais facilmente compreensível. Um comerciante associa-se a outro. Um amigo seu é mais perspicaz e possui melhor conhecimento dos seres humanos. Inquirido pelo comerciante a respeito de várias dificuldades em negócios, aquele amigo adverte-o, aconselhando a dissolver o quanto antes a sociedade comercial, por ter o próprio proveito, em prejuízo do comerciante. O amigo declarou em poucas palavras ao negociante que a inobservância do seu conselho lhe acarretaria grandes prejuízos. O comerciante porém, não lhe seguiu esse conselho, por não ter ainda observado sinais de que provassem a veracidade dos receios do amigo.
Somente alguns anos depois positivaram-se as advertências deste. O comerciante sofreu grandes perdas, pois seu sócio pode executar, muito habilmente, o plano bem premeditado, em prejuízo do outro. O comerciante denomina esse fato de punição porque não obedeceu as advertências do amigo, e procura interpretar essa punição como um castigo conseqüente.
Assim colocam-se os seres humanos em relação à Luz. Se observassem as advertências que com muita antecedência emanam da Luz, poderiam proteger-se contra muitos males. Eles, porém, imaginam que representa um castigo de Deus, quando por própria culpa o mal os atinge, mal que teria fatalmente que vir, por não quererem eles ouvir ou por desobedecerem. Consideram-se ainda muito grandes, quando suportam essa “punição” com paciência, esperando ainda, em virtude disso, uma recompensa especial de Deus, mesmo que seja apenas num sentimento intuitivo de elevação íntima pelo seu bom comportamento.
Tudo isso é uma auto-ilusão, uma mentira, pois Deus com isso não os castiga. Eles próprios, entretanto, com sua obstinação, criaram para si o mal. Da Luz pode ser observado quando um ser humano ou toda a humanidade toma um caminho errado que, incondicionalmente, deve conduzir a um fim determinado. Esse fim, que o ser humano às vezes não pode ou não quer ver, é reconhecível exatamente pela Luz. O ser humano ou a humanidade sempre são advertidos. Se os seres humanos não prestam ouvidos, continuando em seu caminho obstinadamente, é natural que devem, num determinado tempo, chegar a esse fim. Esse fim, porém, não é causado pela Luz como castigo, mas sim, pela escolha do caminho. Já estava preparado pelos seres humanos. A Luz somente se esforçou em desviá-los do mau fim em conduzi-los para outro caminho onde os aguarda um fim feliz.
Portanto, Deus não castiga; o ser humano mesmo é que provoca tudo, quando não aceita as advertências. Por isso, é um grande sacrilégio dizer-se: “Deus, como castigas severamente!”. E também é errado lamentar-se: “como pode Deus permitir que tal coisa aconteça?”.
Estraido do livro Respostas as Perguntas de Abd-ru-shin.
